Japão: um roteiro de festivais de cerejeira a banho de floresta

Parque Hirosaki se transforma com a floração da sakura zulazhar/Shutterstock.com
Parque Hirosaki se transforma com a floração da sakura
zulazhar/Shutterstock.com

O que mais experimentar no Japão além dos festivais de cerejeira? Ainda sob o efeito da pandemia, sigo viajando em destinos que estão na minha lista de desejos. A melhor maneira de aproveitar o confinamento, para mim, está sendo investigar os detalhes e me preparar, para quando estiver vacinada, sair pelo mundo. Na minha viagem para a Tailândia, que você pode acompanhar nesse post Tailândia passo a passo, eu conto que passei pelo aeroporto do Japão no longo voo que peguei, pela promoção da Delta. A curiosidade só aumentou, tudo tão limpo, organizado e, claro, saboroso, porque não desperdicei o tempo no aeroporto e provei uma comida japonesa, original, claro.

Japão: além das cerejeiras, a primavera no país encanta com banho de floresta, flores, e cores variadas


Um dos períodos mais aguardados para quem quer conhecer o Japão, é a primavera, em março, quando o clima começa a ficar mais quente e o desabrochar das flores, o que torna, obviamente, em uma belíssima paisagem, e se estende até junho.


Um dos símbolos do Japão, a cerejeira, é sem sombra de dúvidas a mais conhecida, também conhecida por sakura. O que descobri durante as minhas pesquisas é que além da famosa cerejeira em flor, existem outras, como as ameixeiras, glicínias e nemophilas, todas elas colorem a ilha.  

Ibaraki é famosa pelo desabrochar da ume, que significa a chegada da primavera. É lá que acontece o Festival das Ameixeiras de Mito, em Kairakuen, entre o final de fevereiro e o final de março, um dos maiores eventos do arquipélago. Este é um dos três grandes jardins do Japão, com três mil ameixeiras. O festival oferece visitas guiadas ao jardim, feiras, música com instrumentos tradicionais do Japão, e esse que me pareceu bem interessante, um passeio noturno guiado para apreciar as flores à luz de velas junto a um show de fogos de artifício.


3.000 ameixeiras anunciam a chegada da primavera em Kairakuen, um dos três grandes jardins do Japão Krishna. Foto: Wu/Shutterstock.com
Três mil ameixeiras anunciam a chegada da primavera em Kairakuen,  Foto: Wu/Shutterstock.com

Em Fukuoka, o templo budista Bairinji, do século XVII, guarda uma coleção bem interessante como o pergaminho de seda dos três budas e uma tela do Monte Fuji, pintada por Ogata Korin. Famoso por ter mais de quinhentas ameixeiras, é também um local sagrado. 


Sakura, como já mencionei, símbolo do Japão, começa a aparecer na região mais ao sul do arquipélago, na ilha de Kyushu, aproximadamente em meados de março e vão se espalhando para o norte, colorindo o território de tons rosados e brancos até Hokkaido, em abril. 

A sabedoria sempre presente na cultura japonesa diz que a florada das cerejeiras é um marco no ano deles e com um significado muito especial: tudo o que é bom, dura pouco. Como as flores nascem somente uma vez por ano e as árvores ficam carregadas apenas por cinco ou sete dias, eles fazem uma enorme celebração nesta época com festivais, piqueniques e passeios.

Yoshino, na província de Nara, onde se encontra o Monte Yoshino, com mais de 30 mil árvores de cerejeiras, é um dos lugares mais belos para admirar a sakura.  Você vai passando pelos pequenos vilarejos da montanha, com milhares de flores no caminho que levam ao topo para uma vista panorâmica. 


Na província de Aomori, acontece o Festival das Cerejeiras em Flor do Parque Hirosaki. É lá que fica  umas das sakuras mais antigas do Japão, plantada em 1882.

Já as Fuji, que são as cascatas em tons violeta, desabrocham em meados de abril e início de maio, e também se espalham pelo arquipélago colorindo a paisagem. O Jardim das Glicínias de Kawachi Fujien, nas colinas ao sul de Kitakyushu, na província de Fukuoka, é um famoso local para observá-las.  O jardim oferece uma experiência para lá de exclusiva, pois só abre para visitação duas vezes por ano, na primavera e no outono.

Proporcionando um espetáculo à parte, estão as nemophilas, que oferecem um mar azul de flores. A flor rasteira em tons de azul intenso, minha cor predileta, floresce pelos campos e nos parques do país, decididamente preciso assistir a esse espetáculo.


O mar azul das nemophilas impressiona no Parque Hitachi Seaside Phubet Juntarungsee/Shutterstock.com
O mar azul das nemophilas impressiona no Parque Hitachi Seaside
Phubet Juntarungsee/Shutterstock.com

O Parque Hitachi Seaside, localizado em Hitachinaka, na província de Ibaraki, é o local mais conhecido para admirar as nemophilas. São 200 hectares e uma grande variedade de flores, que decoram a área o ano todo, mas, é na primavera, entre final de abril e meados de maio, que surge o mar azul das nemophilas, são mais de quatro milhões de flores na colina Miharashi. 

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Mais sobre a primavera no Japão


A temperatura em geral é amena, entre 13 e 23 graus celsius, mas varia de acordo com o mês e região. O sul do arquipélago, por exemplo, começa a esquentar já no fim de fevereiro, enquanto no norte ainda está frio e com possibilidade de neve. É importante consultar a previsão do tempo para preparar a mala.

As flores inspiram também a gastronomia local e durante a primavera é possível encontrar doces japoneses com sabor de sakura, sorvetes e até chocolates. Outros alimentos em alta são brotos de bambu, algas macias, os mariscos e muitas variedades de morangos.

Dois túneis de glicínias, com cem metros de comprimento, fazem parte das atrações do Jardim das Glicínias de Kawachi Fujien tak-photo/Shutterstock.com
Dois túneis de glicínias, fazem parte das atrações do Jardim das Glicínias de Kawachi Fujien
tak-photo/Shutterstock.com

Japão: Informações Importantes


É durante a primavera, no final de abril, que acontece a “Semana Dourada”, um dos principais e mais longos feriados do Japão, sendo um período de pico para viajar pelo país, com voos, trens e hotéis cheios, portanto é importante checar e reservar antes da viagem para não ter problemas.

No Japão, banho de floresta ajuda a relaxar e a se desligar da vida agitada

Uma outra atividade que me deixou muito curiosa foi o banho de floresta, uma terapia reconhecida no Japão desde 1980, e que eu nunca tinha ouvido falar.  O shinrin-yokuque estimula passeios e meditação na natureza para melhorar a saúde. A proposta é entrar na floresta, sentir o ar puro, ouvir os sons e contemplar a natureza, tem como benefícios relaxar, reduzir o estresse e melhorar a saúde física e mental.


O banho de floresta é uma imersão na natureza e consiste em aproveitar o momento para aguçar os sentidos e dar atenção total ao que o ambiente tem a oferecer Stephane Bidouze/Shutterstock.com
O banho de floresta é uma imersão na natureza e consiste em aproveitar o momento para aguçar os sentidos e dar atenção total ao que o ambiente tem a oferecer
Stephane Bidouze/Shutterstock.com

O shinrin-yoku, além de fazer parte das políticas públicas de saúde, pode ser uma experiência especial para quem visita o país. Além da oportunidade de conhecer mais sobre a cultura tradicional japonesa, imagina como deve ser relaxante, especialmente em viagens que muitas vezes, queremos fazer tanta coisa em tão pouco tempo, e essa atividade vem na contramão desse ritmo.


Aliás, esse tem sido um conteúdo que muito me interessa, mudar esse paradigma da viagem ser sempre algo tão corrido e passar a adotar viagens com menos deslocamentos e mais profundidade em cada novo destino. Acho que especialmente depois dessa pandemia, todos teremos que rever muita coisa e evitar condutas que estão em desalinho com os cuidados com o Planeta.

E voltando ao banho de floresta, o Japão possui diversos locais para a prática. Afinal, cerca de 80% do território é constituído de áreas verdes e montanhas. Logo, é possível encontrar diferentes espaços para tomar banho de floresta em qualquer parte do arquipélago.


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Como e onde praticar o shinrin-yoku?

O banho de floresta une os benefícios de duas práticas japonesas: a meditação Zen e a atenção plena. 

Durante o banho, é ideal:

  • se desconectar do mundo digital;
  • desligar o celular;
  • respirar fundo para sentir o ar puro;
  • observar o silêncio que contrasta com o som das folhas das árvores mexendo e os pássaros cantando;
  • sentir o solo ao caminhar e contemplar a beleza do local;
  • e para finalizar, o komorebi (a luz do sol que irradia por entre as árvores). 

Não há regras a serem seguidas, o importante é aproveitar o momento.

O banho de floresta é totalmente acessível, porque ele pode ser praticado em parques nacionais, florestas ou em áreas verdes mais isoladas nas cidades. Pode ser feito sozinho ou acompanhado. Existem centros especializados nessa prática, que oferecem passeios organizados de acordo com as necessidades de cada pessoa. O profissional indica como olhar e ouvir a natureza, estimula a tocar nas árvores e a inalar os diferentes cheiros presentes.

Japão, banho de floresta, onde fazer


Confira dois locais para conhecer e tomar banho de floresta no Japão:

Floresta de Okutama

Localizada no distrito de Nishitama, Okutama é uma cidade a oeste da capital Tóquio. A floresta fica no Parque Nacional Chichibu Tama Kai, com uma imensa área verde, com belas montanhas, lagos e uma caverna de calcário. Sua proximidade ao centro de Tóquio, facilita bastante. Em Okutama, existem várias opções para o shinrin-yoku, individuais ou em grupo. 


Floresta de Okutama é uma excelente opção para ter a experiência do banho de floresta Nack7/Shutterstock.com
Floresta de Okutama é uma excelente opção para ter a experiência do banho de floresta
Nack7/Shutterstock.com

A Caverna de Calcário de Nippara, com as formações rochosas naturais que datam de milhões de anos, também é uma região muito interessante e que deve ser visitada. Iluminada com luzes coloridas e há figuras budistas e objetos de adoração em partes da caverna. Acredita-se que um deles concede orações relacionadas ao amor.

Como chegar em Okutama?


Você pode pegar um trem no centro da capital. Boas opções de hospedagem. É possível fazer uma viagem de bate e volta, está a apenas 90 minutos de Tóquio.

Região de Kumano

Kumano fica localizada em uma área entre as províncias de Wakayama, Nara, Osaka e Mie, uma região muito conhecida no Japão e excelente opção para os viajantes que procuram contato com a natureza e, agora, que você conhece, experimentar o shinrin-yoku. 


Densa floresta que recobre a área montanhosa da região de Kumano Sean Pavone/Shutterstock.com
Densa floresta que recobre a área montanhosa da região de Kumano
Sean Pavone/Shutterstock.com

Kumano Kodo é uma antiga rota de peregrinação que conecta três importantes santuários xintoístas (Hongu Taisha, Nachi Taisha e Hayatama Taisha) e o templo budista Seiganto-ji. Considerada patrimônio mundial, oferece sete opções de caminhos para o shinrin-yoku. Uma sugestão é o Caminho de Kumano Kodo Magose, uma trilha relativamente fácil com aproximadamente cinco quilômetros com paisagens naturais deslumbrantes e estátuas de pedra de Jizo, divindade budista guardiã de crianças e protetora dos viajantes.

Como chegar em Kumano?

Os principais centros de transporte para a região partem de Osaka, Quioto e Nagoia.

Devido à pandemia, as restrições de viagem estão mudando continuamente e se adaptarão conforme a situação evoluir globalmente. A JNTO recomenda visitar seu site para obter as últimas notícias sobre o Japão e as restrições de viagens relacionadas à Covid-19. Acesse: https://www.japan.travel/en/coronavirus/.

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Agradecimentos para a realização desse post:

Organização Nacional do Turismo Japonês (JNTO) 

Larissa Haack – Relações Públicas

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Respostas de 10

  1. Um dos meus grandes sonhos de viagem é conhecer o Japão! E com certeza escolherei a época da primabvera pra ver os festivais de cerejeira! Adorei as dicas! Fotos lindas!!

  2. Meu Deus, eu sou maluca pra conhecer o Japão na Primavera, esse post foi um deleite! Os festivais de cerejeira são realmente incríveis, mas ver tanto esplendor em florestas e bosques… uau!

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