Angkor foi saqueada pelo Cham, inimigo tradicional dos Khmer, em 1177. Os invasores foram expulsos e as fronteiras do império ampliadas, alguns anos depois, pelo rei Jayavarman VII, que abandonou o hinduísmo e converteu-se ao budismo. Seu predecessor, Jayavarman VIII, retornou ao hinduismo no fim do século XIII. Em 1295, outro novo rei, que foi monge budista em Sri Lanka, mudou novamente a religião do império para o budismo.
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Visita aos templos de Angkor. no Camboja |
Os séculos seguintes foram marcados pela decadência do império e abandono dos templos. Os monges budistas permaneceram em Angkor Wat até o local ser redescoberto pelos franceses. Alguns historiadores afirmam que o templo de Angkor, ao contrário de outros na região, nunca foi abandonado e que influenciou além das fronteiras cambojanas. De qualquer maneira, muitas razões são atribuídas ao abandono de Angkor, a mais provável foi a decadência do Império Khmer ou a chegada de epidemias e a fome.
Angkor foi abandonada em 1432, a nova capital estabelecida em Lovek, perto da atual Phnom Penh e foi novamente habitada no século XVI pelo rei Ang Chan. Em 1576, o rei Satha mudou novamente a corte para Angkor. Nesse período foram realizadas restaurações em Angkor Wat, mas, infelizmente, esta nova ocupação de Angkor durou pouco. Em 1594, os siameses conquistaram o império cambojano, e Angkor foi abandonada definitivamente. O templo de Angkor Wat, no entanto, permaneceu habitado por monges budistas.
Angkor Wat – Visitado por ocidentais e orientais ao logo de séculos
Relatos contam que a primeira visita documentada de um ocidental a Angkor Wat aconteceu em 1586 e foi realizada pelo frei capuchinho português António da Madalena.
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Visita aos templos de Angkor. no Camboja |
O que se sabe é que outros pioneiros europeus, especialmente espanhóis e portugueses, continuaram visitando as ruínas. Também se tem registro de uma carta de 1668 na qual um frei francês de nome Chevreul menciona o local. O templo também recebeu visitas do oriente: o mapa mais antigo de Angkor Wat, datado entre 1623 e 1636, foi obra de um peregrino japonês de nome Kenryo Shimano.
Em 1857, o missionário francês Charles Emile Bouillevaux publicou no seu livro Viagem à Indochina 1848–1856, os Annam e Camboja, uma breve resenha sobre a visita realizada ao templo em 1850.
Em 1860, o naturalista e explorador Henri Mouhot, exaltou a beleza e magnificência do templo. Seus desenhos e a apaixonada descrição do templo foram publicados postumamente em Paris em 1868.
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Visita aos templos de Angkor. no Camboja |
Em 1863, entre a visita de Mouhot e a publicação dos seus cadernos de viagem, Camboja tornou-se protetorado francês. O fotógrafo escocês John Thomson, que após ler as crônicas de Mouhot decidiu visitar Angkor, realizou uma série de cinquenta fotografias de Angkor Wat publicadas um ano depois. Essas fotos e o Livro de Mouhot lançaram definitivamente o templo de Angkor Wat à fama.
Angkor Wat, um patrimônio que precisa ser preservado
Fundada em 1898, a École Française d’Extrême-Orient tinha o objetivo de estudar o patrimônio artístico da Indochina sob domínio francês. Em 1907, o Sião, atual Tailândia, cedeu vários territórios ao Camboja, entre os quais se encontra a zona de Angkor. A partir deste fato, a conservação dos monumentos passou a ser responsabilidade da École, a qual, um ano depois, iniciou os trabalhos de conservação.
A tarefa foi encomendada ao francês Jean Commaille, que entre 1908 e 1910 decidiu concentrar os esforços em Angkor Wat. Morto em 1916, seu trabalho passou para as mãos do arquiteto Henri Marchal, que usava o método da anastilose. Marchal foi sucedido por Maurice Glaize em 1937 e por outros mais tarde, até os trabalhos de restauração da École serem interrompidos na década de 1970 pela devastadora revolução dos Khmer Vermelho.
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Visita aos templos de Angkor. no Camboja |
Em 1993, um ano depois da declaração de Angkor como Patrimônio da Humanidade e posterior a uma conferência intergovernamental em Tóquio, um Comitê de Coordenação Internacional foi criado para restaurar e preservar o patrimônio de Angkor.
Ao mesmo tempo, o governo cambojano criou a APSARA (Autoridade para a gestão e proteção de Angkor e a região de Siem Reap) com o objetivo de obter o status permanente de Patrimônio da Humanidade por parte da UNESCO, que foi conseguido em 1995. A partir desse status, diversas equipes internacionais continuaram os trabalhos de restauração no templo.
As restaurações, desde as mais remotas até hoje, sempre sofreram muitas críticas. Obviamente eu não tenho capacidade técnica para essa avaliação, mas sinceramente espero que esses trabalhos jamais cessem e que esse patrimônio possa resistir para que a humanidade sempre possa ter a oportunidade de visitar esse e outros locais semelhantes, que contam a história da humanidade.
Destaquei dados históricos para que vocês consigam entender a importância e a dimensão desses templos, que sobreviveram a tantas guerras, diferentes reinados, mudanças religiosas, e continuam entre os mais fantásticos lugares do Planeta.
Visite a Ásia e descubra um mundo novo
Eu fui ao Camboja, saindo de Bangkok na Tailândia, visitei Siem Reap e voltei para Bangkok. Não visitei a capital Phnom Penh, mas está no meu radar voltar à Ásia e explorar mais o Camboja, o Laos e conhecer o Vietnã, que na minha opinião são lugares incomparáveis, com povo acolhedor, culinária inesquecível, e histórias riquíssimas de períodos remotos do Planeta. Uma experiência diferente, portanto, não tenha medo e embarque nessa viagem. Eu recomendo.
DICAS ÚTEIS
A base de apoio para a visita aos templos é Siem Reap.
Se você chegar por Phnom Penhm, a capital do Camboja, você pode ir por via aérea ou terrestre.
A distância entre Phnom Penhm e Siem Reap é de cerca de cinco horas de carro.
Eu fui pela Tailândia, saindo de Bangkok. Lá existem muitas agências de turismo vendendo pacotes diferenciados, com mais ou menos conforto, de acordo com o seu bolso ou com a sua disponibilidade de tempo.
A distância de Bangkok até Siem Reap é de cerca de seis horas de carro.
Eu li em diversos relatos que chegar de avião era bem mais tranquilo para entrar no Camboja do que por terra. Eu fui por terra e, de fato, achei a fronteira Tailândia/Camboja bem tumultuada.
O pacote que eu comprei em Bangkok era uma van até a fronteira, entrava no Camboja e tinha um ônibus esperando para levar até Siem Reap. Na volta fiz da mesma maneira.
Algumas sugestões de hotel no Camboja:
Eu achei a Tailândia muito tranquila e segura. Já no Camboja, quando sai à noite para jantar, perguntei antes no hotel se era seguro e me disseram para que eu não voltasse muito tarde, depois das 22h, especialmente porque eu estava viajando sozinha. Segui a recomendação.
O tuk tuk foi na sort. Um deles me abordou, eu contratei e foi maravilhoso o serviço. O ingresso você também compra na hora, na entrada do complexo. Vi vários relatos de pessoas que visitam os templos em mais de um dia, eu fiz em um único dia.
Fiz assim: o dia da chegada em Siem Reap, no dia seguinte Angkor Wat, mas um dia em Siem Reap (não deixe de ir na animada Pub Street) e fui embora na manhã do dia seguinte.
Para a visita ao complexo é importante ir com o tuk tuk ou algum outro meio de transporte. O complexo é imenso e com grandes distâncias entre os templos. Tanto em termos de logística, quanto de conhecimento, um guia é fundamental para um maior aproveitamento do passeio. O que eu contratei não era exatamente um guia, mas me levou a lugares incríveis e era bastante experiente. Ele também me levou para conhecer uma fábrica de seda, e essa é outra experiência que eu recomendo muito.
O ingresso de Angkor Wat varia pelo número de dias. Quando eu fui era algo em torno de 40 dólares um dia.
O tuk tuk começa com 25 dólares e uma boa chorada e ele faz um preço melhor, claro que como eu fui sozinha, acabei pagando um pouco mais. Vi umas pessoas que fazem de bicicleta, mas eu preferi o meu guia tuk tuk.
E não se esqueça dos protocolos para entradas em templos de não mostrar ombros e joelhos. Como é muito quente, leva uma canga para fazer de saia e se cobrir, e pashiminas.
Faz muito calor nesta região, então protetor solar, chapéu, óculos escuros e roupas leves são imprescindíveis. Também recomendo levar repelente, além de água e lanche.
Não tenha medo. Inicialmente, você pode ter algumas inseguranças, especialmente por ser um lugar tão distante e com uma cultura tão diferente da nossa, mas esqueça tudo isso e se jogue, você vai voltar apaixonado por tantas belezas, povo acolhedor, experiências únicas e inesquecíveis.
Uma outra dica importante: A moeda no Camboja é o Riel, mas aceitam dólares (e em alguns casos euros também).
Agora quero dar uma dica de um parceiro do blog, a empresa Civitatis, onde você pode contratar os seus passeios, caso você prefira sair com tudo programado, com antecedência. Por uma questão de logística e até mesmo para o controle financeiro, é uma opção bem interessante.
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Recomendo que você conheça mais alguns Patrimônios da Humanidade pela ótica dos seguintes blogs de viagem:
Gisele Prosdocimi do Destinos Por Onde Andei sobre
Cinque Terre.
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Um registro da minha visita ao templo Angkor Wat no Camboja |
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Respostas de 15
Também me surpreendi com o Camboja e, relendo seu post, revisitei o país e bateu aquela saudade. A Ásia, realmente, é apaixonante!
Que coisa linda que é Camboja Olivia, fiquei encantada com que eu vi agora no seu post. Já vai para minha listinha esse patrimônio mundial da Unesco.
QUE LINDO O ANGKOR WAT. É UM LINDO TEMPLO NO CAMBOJA QUE EU GOSTARIA DE CONHECER. POR TANTA BELEZA E IMPORTÂNCIA, O TÍTULO DE PATRIMÔNIO MUNDIAL DA UNESCO FOI MAIS QUE MERECIDO.
Que maravilha esse templo em Angkor Wat na Camboja. Me lembrou muito a minha visita a Tailândia. Deu muita vontade de retornar a Asia.
Incrível sua visita à Angkor Wat, no Camboja, Olívia, imagino o choque de realidade ao chegar em um local tão diferente e importante como este.
Me lembrou de quando visitamos Chichen Itzá, no México, me pareceu uma experiência bem parecida, embora com características e história diferentes.
Maravilhosa sua viagem, adoraria fazer o mesmo e conhecer este impressionante Patrimônio Mundial UNESCO. Parabéns pelas fotos e relato. Beijos.
Não conheço nada na Ásia e preciso corrigir esta falha grave de viajante. Só ouço excelentes comentários sobre o Camboja. Não é pra menos! Lendo seu post sobre Angkor-Wat no Camboja deu pra sentir o quanto deve ter sido uma experiência incrível. Eu acho muito importante ter essa postura que vc tem: ir de peito aberto para conhecer e aprender.beijocas
Muito legal o seu relato. Eu conheço muito pouco da Ásia e admiro a sua coragem de ter ido sozinha para estes destinos incríveis, mas que ainda geram muitas dúvidas e insegurança ao planejar a viagem. Certamente seu post ajuda muito àqueles que optam por viajar solo e sem depender das grandes agências de turismo. Top!!!
Que bacana conhecer a sua visita, por angkor no Camboja. É um destino totalmente diferente, imagino o choque de realidade quando viu pela primeira vez.
Eu sou suspeita, também sou apaixonada e não vejo a hora de voltar.
Eu acho que tem muito coisa muito interessante por esse lado do Planeta. Tenho um monte de países que estou planejando conhecer. beijos
Sim, é belíssimo, e todos aqueles países ali ao redor, são muito interessantes.
SIm, muita riqueza, tudo bem diferente, esses lugares são sim muito especiais e, ainda não conheço o México, mas está na minha lista. O mundo é fascinante. beijos
Lilianzinha, tenho certeza que você vai amar, tem tantos países maravilhosos por aquelas bandas, povo acolhedor, muita história e muitas paisagens únicas, eu super indico, beijos
Eu até entendo que algumas pessoas tenham medo, mas na verdade quando você conhece entende que não faz nenhum sentido, países lindos, cheios de história, povo acolhedor, a maioria hoje com muita estrutura para o turista, enfim, recomendo e muito esses lugares. beijos
Eu tenho uma frase muito louca que costumo dizer: é tudo muito diferente, mas ao mesmo tempo, é tudo muito igual. Explicando: no fim estão todos viviendo suas vidas como todo mundo, na Tailândia ou no Rio, as pessoas acordam, trabalham, colocam os filhos na escola, com algumas diferenças, no fim é tudo muito igual, beijos